POLÊMICA

SP quer professores nas escolas mesmo sem 2ª dose contra Covid

SP quer professores nas escolas mesmo sem 2ª dose contra Covid

“Presencialmente nas escolas só após imunização completa”, defende Apeoesp; em Fernandópolis, cerca de 50% dos profissionais do ensino ainda não tomaram a 2ª dose

“Presencialmente nas escolas só após imunização completa”, defende Apeoesp; em Fernandópolis, cerca de 50% dos profissionais do ensino ainda não tomaram a 2ª dose

Publicada há 2 anos

Convocação gerou polêmica em Fernandópolis: item 2 de documento emitido pela direção da EELAS diz que professores devem retomar atividades presenciais “independente de vacinação”: Seduc avaliza ação no município, professores protestam e Apeoesp defende que “profissionais comuniquem por escrito que só voltam depois de 14 dias após receberem a 2ª dose do imunizante contra o vírus”

João Leonel

O plano de ambos é semelhante, o modelo de gestão os uniu não somente nas últimas eleições. O ‘BolsoDoria’ transcende a política. 

Com esse enredo, o governador João Doria avança em seu projeto de passar o carro na frente dos bois. O estado possui apenas 35% de professores da educação básica totalmente imunizados: mais de 800 mil ainda não tomaram a 2ª dose.

De acordo com levantamento realizado pela reportagem de “O Extra.net”, Fernandópolis imunizou aproximadamente 50% dos professores e demais servidores da educação das redes pública (estado e município) e privada.

Cerca de 650 desses profissionais tomarão a 2ª dose da vacina contra Covid-19 somente no mês de setembro, após terem recebido a 1ª dose da Pfizer em meados de junho.

ALÉM DAS ESCOLAS

O governo estadual decidiu acabar com o home office na administração pública do estado, após mais de um ano do teletrabalho, adotado no início da pandemia. Os servidores devem retornar ao trabalho presencial, com exceção daqueles que fazem parte do grupo de risco e ainda não estiverem imunizados.

CONVOCAÇÃO CONTROVERSA

Os profissionais do ensino da rede estadual foram convocados nesta segunda (12) para retornarem presencialmente às atividades em todas as escolas do estado.

Só continuarão em home office pessoas dos grupos de risco e que ainda não se vacinaram com a 2ª dose. 

A polêmica é reforçada por um detalhe: na próxima sexta, dia 16, a rede estadual entra em férias letivas. Professores alegam que a convocação para comparecer nas escolas somente por 5 dias colocou muitas pessoas em contato gerando risco desnecessário de contaminação. 

O maior temor é por possíveis surtos de Covid-19, como os já registrados em Fernandópolis e que levou quatro escolas a fecharem e suspenderem aulas e atividades presenciais.

APEOESP NÃO ACEITA

A Apeoesp - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, orienta professores que ainda não tomaram a segunda dose a não retornarem às atividades presenciais.​

“Aos professores que ainda estão aguardando o período recomendado para tomar a segunda dose, devendo respeitar ainda 14 dias após a segunda dose, ou da dose única da Janssen, orientamos que não voltem às escolas para atividades presenciais. Se forem convocados pela direção da escola, comuniquem por escrito, no email oficial da unidade, que deixam de comparecer por estarem em regime de teletrabalho e não terem, ainda, recebido a segunda dose, considerando o prazo de 14 dias a que se refere a Resolução 59/2021 da Seduc”, declara Wilson Frazão, diretor estadual e coordenador da subsede da Apeoesp de Fernandópolis.

NOTA DA SEDUC SOBRE A CONVOCAÇÃO EM FERNANDÓPOLIS

“Em relação ao documento divulgado pela Escola Estadual Líbero de Almeida Silvares, a Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) informa que deve ser levado em consideração que: 

No Artigo 1º do Decreto Nº 65.597, de 26 de Março de 2021 ficam reconhecidas como essenciais as atividades desenvolvidas no âmbito da rede pública e das instituições privadas de ensino. Já o Decreto 64.879, de 20 de Março de 2020, em seu Artigo 3º do parágrafo segundo, reconhece a convocação de profissionais responsáveis por atividades essenciais.

Antes disso, ainda, o Decreto Nº 65.384, de 17 de Dezembro de 2020, dispõe sobre a retomada das aulas e atividades presenciais no contexto da pandemia de COVID-19.

Por isso, vale ressaltar que a resolução Seduc-59, de 7-7-2021 orienta sobre o retorno de todos os servidores as atividades presenciais, considerando aqueles que ainda estavam em teletrabalho por condições específicas, uma vez que o grupo sem comorbidades já vinha sendo convocado para garantir o retorno presencial das atividades.

O Governo de São Paulo considera a Educação um serviço essencial e, com o novo plano de retomada das aulas em agosto, pretende minimizar os efeitos causados pela pandemia, como a defasagem no aprendizado e os prejuízos socioemocionais entre os alunos e a comunidade escolar”.

OBRIGATORIEDADE DE AULAS PRESENCIAIS: EM AGOSTO AINDA NÃO

Após indicação de que as aulas presencias na rede estadual voltariam, obrigatoriamente, a partir de 2 de agosto, o secretário estadual da Educação de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que essa retomada ficará para depois. 

"Não será obrigatório o envio de crianças às escolas pelas famílias em agosto, mas será discutido daqui até agosto quando será esse momento do retorno obrigatório para as nossas escolas. É um direito da criança e um dever nosso", afirmou Rossieli em entrevista à CNN Brasil.

Os pais que decidirem não mandar os filhos para a escola assinarão um documento de responsabilidade e terão que buscar material didático nas unidades e se comprometer quanto à execução das atividades remotas.

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