SOBREVIVÊNCIA

“É Darwin na veia”, diz médico brasileiro que integra grupo de elite da OMS

“É Darwin na veia”, diz médico brasileiro que integra grupo de elite da OMS

Novas epidemias são inevitáveis, de acordo com Dr. Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz

Novas epidemias são inevitáveis, de acordo com Dr. Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz

Publicada há 2 anos

Médico Carlos Morel, um dos integrantes do comitê de especialistas da Organização Mundial da Saúde - Foto: Peter Ilicciev/Ciência Hoje

João Leonel

O pernambucano Carlos Medicis Morel, 78 anos, é médico formado pela Faculdade de Medicina da UFPE. Doutor em Ciências pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, possui tese realizada no Instituto Suíço de Pesquisas Experimentais sobre Câncer (ISREC). 

É cientista com experiência como coordenador-geral do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ex-presidente da instituição e ex-diretor do TDR, Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Morel é o único brasileiro a integrar um grupo de elite criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir da indicação de 700 cientistas de todo o mundo. O colegiado, criado oficialmente dia 28 de outubro, é formado por 26 especialistas e tem como objetivo investigar as origens do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, e criar diretrizes para identificar e prevenir o surgimento de patógenos – vírus, bactérias, fungos e protozoários capazes de causar doenças em hospedeiros.

“O surgimento de novos vírus capazes de desencadear epidemias e pandemias é um fato da natureza. Apesar do Sars-CoV-2 ser o mais novo deles, não será o último”, diz o médico.

O recém-formado comitê de elite de cientistas, além de buscar entender de onde vêm os novos patógenos para propor protocolos de prevenção contra novas epidemias e pandemias, possui também a missão de conter a pressão política que se criou nas investigações sobre as origens da Covid-19, mantendo os trabalhos exclusivamente no campo técnico.

“Os vírus são talhados e preparados para se espalhar. É Darwin na veia”, declara Morel. 

É o conceito da seleção natural, presente na Teoria da Evolução, de Charles Darwin: a “conquista” da sobrevivência é restrita aos mais fortes.

Enquanto o Ministério da Saúde informa que 21 milhões de pessoas não voltaram na data prevista para tomar a 2ª dose da vacina contra a Covid-19 no Brasil, na Europa está explodindo a quarta onda de contaminação pelo coronavírus.

Mais de 155 milhões de brasileiros foram vacinados com ao menos uma dose, no entanto, a 2ª dose é essencial para completar o ciclo vacinal. Registre-se o avanço da 3ª dose como reforço na imunização da população.

São Paulo é o primeiro no ranking dos ausentes da 2ª dose, com 4,5 milhões de “fujões”. Minas Gerais tem quase 3 milhões sem imunização concluída. A maior parte desse público é jovem.

Em Fernandópolis há mais de 4 mil moradores que não tomaram a 2ª dose.


Fonte: Estadão Conteúdo.

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