ARTIGO

UMA MULHER VESTIDA DE SOL

UMA MULHER VESTIDA DE SOL

Por Padre Valter Lucato C. Junior, Chanceler do Bispado.

Por Padre Valter Lucato C. Junior, Chanceler do Bispado.

Publicada há 1 ano

A Mulher vestida de Sol com a lua debaixo dos pés e a cabeça ornada com uma coroa de doze estrelas do Apocalipse, é símbolo da Igreja, novo povo de Deus, mas também representa a Virgem Maria. Esta mulher é imagem da Igreja terrena e ao mesmo tempo da Igreja Celeste, pois a Igreja aqui nesta terra suporta os sofrimentos e perseguições, mas jamais sucumbirá aos poderes deste mundo. No final existe a certeza da Vitória, sendo que a Igreja, a Mulher coroada de doze estrelas, é imagem da esposa de Cristo na sua perfeição escatológica.

A Virgem Maria, também vista na imagem da mulher vestida de sol é um exemplo para todos nós; ela foi assunta ao Céu, porque se declarou serva. Toda a sua vida de humildade se manifesta em seu modo de viver: a perfeita modéstia, sua pobreza voluntária, a obediência sublime e o silêncio profético. Toda plena de graça, ela não se engrandecia diante desta tão magnifica elevação.

Em Maria fica claro o projeto de Deus para cada pessoa que se adere a Cristo pela Fé. Ao contemplar a Santidade de Maria, aprende-se o caminho para buscar a própria santificação. São Bernardo de Claraval, diz que “A Virgem Maria, é ela mesma o caminho real pelo qual veio a nós o Salvador. Devemos procurar ir ao encontro do Salvador pelo mesmo caminho pelo qual ele veio a nós”.

A mulher vestida de Sol é a expressão mais bela da Glorificação de Maria, aquela que foi assunta de corpo e alma aos céus. A Assunção é a glorificação corporal antecipada da Santíssima Virgem, em razão dos méritos do seu Filho Jesus Cristo.

A Glorificação de Maria se relaciona com a sua Maternidade e, portanto, com a nossa Redenção. “Entretanto, a Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor (cfr. 2 Ped. 3,10)”.(Lumen gentium, 68)

Ao comtemplar tão grandioso mistério, alegremo-nos com a humilde certeza de que Maria sempre intercedeu pela Igreja peregrina neste mundo. Elevada aos céus Ela continua sendo o refúgio dos cristãos, o auxílio dos pecadores, a advogada nossa que com um olhar misericordioso nos mostra Jesus, Caminho, Verdade e Vida.

A intercessão da Mãe de Deus perdura sem interrupção, desde o seu consentimento na Anunciação do Anjo (cf. Lc 1,38) e que se manteve inabalável aos pés da cruz (cf. Jo 19,25), até a consumação eterna de todos os eleitos. Com essa consciência de fé, aIgreja invoca a Virgem Maria assunta aos céus, com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira, consciente de que esses títulos e invocações nada tiram nem acrescentam à dignidade e eficácia do único Mediador, que é Jesus Cristo.

São Bernardo de Claraval, apresenta-nos de maneira magnifica a alegria do céu que se reflete na terra com a Assunção da Virgem Mãe: “Hoje a Virgem Maria sobe, gloriosa, ao Céu. É o cúmulo de alegria dos Anjos e dos Santos. Com efeito, se uma simples palavra sua de saudação fez exultar o menino que ainda estava no seio materno (Lc 1, 44), qual não terá sido o júbilo dos Anjos e dos Santos, quando puderam ouvir a sua voz, ver o seu rosto, e gozar da sua presença abençoada! E para nós, irmãos bem-amados, que festa a da sua assunção gloriosa, que motivo de alegria e que fonte de júbilo temos hoje! A presença de Maria ilumina o mundo inteiro, a tal ponto resplandece o céu, irradiado pelo brilho desta Virgem plenamente santa”. (1º Sermão Para a Assunção da B. Virgem Maria).


Jales, 18 de agosto de 2022.

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